25 de março de 2010

Na Tribuna: “a discriminação racial ganha novas formas e ainda é forte no Brasil!”


Lembrando o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, o vereador Fernando Gomes fez uso da palavra e discursou na Tribuna da Câmara:

“O 21 de março foi a data instituída pela ONU desde 1969 para lembrar os horrores vividos por negros durante o regime do Apartheid na África do Sul.

No dia
21 de Março de 1960, ocorreu na cidade de Sharpeville, na província de Gauteng, na África do Sul, um protesto, realizado pelo Congresso Pan-Africano (PAC). O protesto pregava contra a Lei do Passe, que obrigava os negros da África do Sul a usarem uma caderneta onde estava escrito onde eles podiam ir.

Cerca de cinco mil manifestantes marchavam calmamente, num protesto pacífico quando a polícia sul-africana conteve o protesto com rajadas de
metralhadora. Morreram 69 pessoas, e cerca de 180 ficaram feridas.

Após esse dia, a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do
apartheid.

De acordo com a lei brasileira, racismo é um crime inafiançável. Mesmo que digam que o Brasil é um país de mistura de raças e que todas convivem em harmonia, não é bem isso que acontece na prática.

O Brasil tem uma população de afro descendentes que ultrapassa 70 milhões de pessoas, entre negros e pardos. Eles formam um contingente enorme de pessoas que ainda sofrem com as desigualdades econômicas e sociais. Índios e indivíduos de cor, etnia, religião ou origem diferente também são minorias esquecidas e vítimas de discriminação.

Pesquisas do Núcleo de Consciência Negra da USP mostram que o salário médio do homem negro corresponde à metade do que recebe um homem branco. Para a mulher, a renda é menor ainda: 33,6% se comparada a uma branca.

A Universidade de São Paulo tem apenas 1% de negros entre seus alunos, mesmo tendo um sistema de cotas polêmico que tenta corrigir esse desequilíbrio, garantindo vagas pelo critério racial.

Dados recentes revelam que 51% dos negros declararam já ter sofrido discriminação por parte da polícia. Foi por isso que o jovem dentista Flávio Ferreira Santana, de 28 anos, morreu em 2004. Ele era negro e foi assassinado por policiais em São Paulo, após ser confundido com um assaltante. O corpo foi encontrado pela família três dias depois no IML, Instituto Médico Legal”.


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